Jaqueta Bomber
Muito do que existe no vestuário do homem hoje, foi herdado das funções e das hierarquias do militar. Com a volta dos soldados para casa, muitos incorporaram o uso de uniformes no cotidiano, como estampa camuflada, tecidos resistentes, cintos e fivelas.
Com a jaqueta bomber, a barra e os punhos em elástico dão segurança e sustentação aos movimentos, além da presença de bolsos utilitários para carregar utensílios.
Jaqueta Aviador
Exclusivas para o exército americano nos anos seguintes à Segunda Guerra, os modelos eram confeccionados pela funcionalidade e, aos poucos, ganharam espaço entre os civis. A partir dos anos 70, foi amada não só por tribos urbanas, como também por profissionais de segurança em casas noturnas em muitas versões para a Marinha americana. O que a difere da Bomber é o elástico na gola para acomodar capacetes rentes ao pescoço, além da presença variável de bolsos, distintivos e zíperes frontais.
Calça Cargo
Para carregar armamento e utensílios próximos ao corpo, os modelos foram incorporados a partir da década de 1930 devido aos programas de rearmamento que mecanizaram exércitos. Nos anos seguintes, o modelo foi aprimorado com o uso do brim por ser um tecido leve e um pouco quente e, em seguida, a sarja foi usada pela densidade do algodão.
Com o tempo, os bolsos se adaptaram à realidade militar dos países onde eram adotados, até que o estilo fosse inspiração para peças do dia a dia com bolsos nas laterais de calças com botões e detalhes em metal e distintivos.
Óculos Aviador
O modelo foi lançado em 1929 depois que MacCready, general do exército americano, encomendou a um fabricante uma proteção ocular para os pilotos da força aérea. Era preciso algo que oferecesse um campo de visão claro e que reduzisse o ofuscamento pelo Sol – que causava dores de cabeça – e os efeitos da radiação ultravioleta e infravermelha dos olhos dos aviadores.
A encomenda, em 1935, resultou na fundação da Ray-Ban, gigante do mercado de óculos, um ano depois.
Coturno
Resistente e feito para gerar atrito com o solo, consegue evitar escorregões e oferecer estabilidade ao tornozelo. O coturno é um clássico com inúmeras versões com cadarços, elásticos, solados e palmilhas. Até hoje, a marca alemã Doctor Martens fabrica o calçado em couro macio e sola de borracha. No início da década de 70, foi adotado pelo visual punk ao ganhar as ruas dos jovens londrinos.
O solado robusto e o material em couro são a base para que inúmeros modelos, versões e inspirações surjam de um clássico que compõe desde produções despojadas até o rigor da alfaiataria elegante para o inverno.
Para o consultor de imagem e estilo masculino Nicolas Marçal, o estilo militar pode ser inspiração para produções com cores e modelos desse universo. “Verde militar, tons de marrom, bege e azul marinho podem ser combinados com neutros (preto, branco e cinza) para looks mais discretos e em combinações criativas, com vermelho, laranja, verde ou amarelo”, afirmou. No entanto, é preciso estar atento ao que queremos comunicar nas produções. “Por serem peças geralmente com muitos detalhes e elementos, trazem uma certa informalidade ao look. É preciso pensar sempre em qual ocasião as peças serão usadas”, alertou o consultor.
Como produtos culturais, filmes sempre captam o espírito do tempo e nos permitem encarar questões e valores do que estamos vivendo. Em Top Gun: Maverick, isso não foi diferente. “Estamos vivendo momentos de tensão e incertezas, o que faz com que nosso inconsciente coletivo pense mais em proteção e o militarismo traz essa ideia. Em momentos de turbulência, nós nos tornamos mais nostálgicos”, concluiu Nicolas.
Texto do nosso colunista convidado: Ivan Reis
Imagens: GShow/Pinterest/Reprodução
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