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A moda está pronta para alugar?

Desde o processo criativo e por toda a cadeia produtiva da moda, estão presentes os contratos e suas peculiaridades, seja para proteger o designer ou suas criações, seja para formalizar negócios ou prevenir litígios. É o direito contratual como instrumento da indústria da moda.

Ao encontro da economia circular, do upcycling — reutilização criativa, e da sustentabilidade, vem se destacando nos negócios da moda, o mercado de aluguel de artigos de luxo e os contratos de locação.

Nos Estados Unidos, trata-se de prática mais frequente do que no Brasil. Marcas tradicionais, como Urban Outfitters e Banana, Bloomingdale’s, Rent the Runway, dentre outras, já apostam nesse segmento.

No Brasil, destacam-se apenas pequenos empreendedores, como a conhecida Dress and Go e a startup “Prêt à Louer” (do francês “pronto para alugar”), administrado pelas sócias Mariana Marcato e Isabela Teixeira.

Para Mariana, “seu propósito é fazer com que as mulheres se sintam ainda mais incríveis com as roupas e acessórios que elas mesmas irão selecionar, consumindo o luxo de forma consciente. Queremos mostrar que é possível o experimentar coexistir com o possuir”.

Hoje há um interesse das próprias marcas de luxo em colaborarem com esse mercado, disponibilizando itens para locação, que muitas vezes não iriam para “sales” ou outlets. Marcas autorais também têm estado presente nesse segmento. Em ambos os casos, busca-se sempre conquistar novos consumidores (fidelização), que passam a experimentar um novo segmento, sentindo-se capazes de alcançar produtos desejáveis — é o luxo acessível.

Para especialistas, essa mudança é motivada pelos denominados millenials, geração nascida entre 1980 e 1990 — o adulto do século XXI (21 a 35 anos), que é adepta à economia compartilhada, ou, ao pagar quando usar.

Essa nova geração de consumidores também está atenta às questões de sustentabilidade, transparência e conscientização. A locação de produtos para vestir e acessórios vem ao encontro desses objetivos e proporciona o que se denomina de “armário cápsula”, com roupas selecionadas e diferenciadas, o oposto ao que propugna o fast fashion.

Por fim, é importante dizer que, mesmo que encontremos problemas no aluguel de roupas, como o desgaste pelo uso ou possíveis danos, ainda assim temos os contratos como mecanismos capazes de resolver todas essas questões, até com o estabelecimento de seguro!

Portanto, não paguemos pra ver, mas para usar!

Renata Domingues Balbino Munhoz Soares é professora e coordenadora do curso de Pós-Graduação em Direito e Moda da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie
A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

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Fábio Monnerat

Consultor de marketing de moda e tendências, criador digital e um grande entusiasta da moda masculina.

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