Moda no jardim sensorial
Desfile coletivo valoriza o potencial criativo dos estilistas mineiros em desfile nos jardins do Palácio da Liberdade
O desfile coletivo Moda no Jardim Sensorial será realizado no dia 28 de julho, 16h, nos jardins do Palácio da Liberdade, com participação de 48 estilistas apresentando looks autorais dentro do projeto da Associação de Criadores e Estilistas de Minas Gerais (A.Criem-MG).
São criações exclusivas e originais, que pretendem exibir a força do design mineiro, valorizando os responsáveis pelo aclamado estilo made in Minas, conforme o objetivo da entidade fundada no final de 2019: agregar os profissionais da área, incentivar o sentimento de pertencimento e de coletividade, valorizar o potencial criativo.
É a terceira ação da A.Criem possibilitada pela parceria do governo do Estado via Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LEIC)/edital Cemig. Na primeira, a referência foi o barroco mineiro visto sob um olhar tecnológico, e a segunda, em outubro do ano passado, homenageou a dobradinha moda e arte, no foyer do Palácio das Artes.
Agora, o tema gira em torno das sensações que emanam de um jardim. “Nosso desejo é integrar a arquitetura eclética do Palácio da Liberdade, patrimônio cultural mineiro, cuja construção está completando 126 anos, com a sua ambientação externa”, explica Antônio Diniz, presidente da entidade.
O paisagismo original é assinado por Paulo Villon, segundo o estilo inglês usado na época, e os estilistas foram convidados a visitar os jardins, explorando looks que remetessem aos seus elementos decorativos e belezas naturais.
do e criar uma unidade, os tons escolhidos foram os de sorvete. A promessa é que silhuetas leves e delicadas passem pela passarela embaladas pela elegância. O clima será de feminilidade com toque de romantismo.
Para compor esse universo encanta
“Os participantes são designers experientes, que trabalham para marcas conceituadas, que se veem diante da possibilidade de se expressarem livremente”, pontua Diniz. Por outro lado, o evento oferece oportunidade para novos talentos selecionados por meritocracia, abrindo uma porta para que eles mostrem seus trabalhos no mercado, lado a lado dos veteranos.
São oito profissionais, com até cinco anos de formados, que enviaram seus portfólios para serem analisados pela curadoria do projeto. Érik Cláudio Belício, Gabriela Vilhena, João Frederico Almeida, João Marcos Lisboa da Rocha, Júlya Maria Oliveira. Maria Lúcia Cepellos, Miguel Bonomos, Otávio Augusto foram os selecionados.
O stylist do desfile é assinado por Giovanni Frasson e sua equipe a partir de uma expografia que tira partido do lago existente no interior do Palácio da Liberdade.
Segundo Antônio Diniz, “o direcionamento da A.Criem é sempre o de promover a moda como parceira da cultura em eterno diálogo com as artes, com os saberes e fazeres tradicionais da nossa terra, com o seu patrimônio material e imaterial”.
O evento foi programado para 600 pessoas convidadas e o público terá acesso gratuito pelo Sympla.
Conceito
As sensações e a vida invisível que emanam dos jardins, locais aparentemente contemplativos, mas repletos de mutações, nortearam Giovanni Frasson na concepção do desfile Moda no Jardim Sensoria.
Responsável pelo styling dos 48 looks autorais elaborados pelos designers mineiros, ele cria uma unidade para a passarela a partir de imagens e alegorias que levam em conta as árvores, as flores, os insetos. Mais especificamente, buscou inspiração no gineceu, termo botânico relacionado aos órgãos reprodutores femininos de uma flor, responsável pelas transformações nesses lugares mágicos.
Nesse conceito, o que se verá na passarela caminha em direção à ideia: os pés das modelos, cujos sapatos são envolvidos por meias, lembram os caules ou cascas das árvores e os vestidos, as flores desse jardim. As cabeças, por sua vez, trabalhadas como se fossem avatares, representam seres humanos que se materializam em forma de insetos, evocam formigas ou gafanhotos, que colonizam o jardim.
O makeup terá especial relevância para reforçar a alegoria: o aspecto molhado da maquiagem, ao mesmo tempo que remete ao orvalho, fornece uma plasticidade aos rostos e, junto com os cabelos, contribui para criar o clima proposto pelo styling.